Adventistas que fugiram da violência não retornaram, dizem líderes da Igreja
O resultado de um ataque de extremistas hindus a uma escola adventista
em Jeypore, Orissa, na Índia, em agosto de 2008. [foto: Gordon Christo]
em Jeypore, Orissa, na Índia, em agosto de 2008. [foto: Gordon Christo]
Seis meses após violentos ataques terem deixado dezenas de cristãos mortos em Orissa, na Índia, líderes adventistas do sétimo dia relatam que as condições continuam tensas na região.
Os ataques de agosto de 2008 começaram após grupos hindus direitistas culparam os cristãos pelo assassinato de um clérigo hindu.
Estimativas recentes colocam o número de mortos em 119, com mais de 4.000 casas destruídas e mais de 50.000 pessoas deslocadas de 360 aldeias durante o mês de setembro, informaram funcionários do Conselho Cristão de Toda a Índia.
Extremistas de esquerda depois reivindicaram responsabilidade pela morte do clérigo hindu.
O governo fechou os acampamentos criados como alojamento temporário para os milhares de desalojados de Orissa, disseram dirigentes adventistas locais.
Quase 800 casas de membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia foram destruídas, informaram obreiros da comunidade. Paka Jesuratnam, presidente da Igreja no sul de Orissa, disse que os membros da Igreja temem regressar às suas aldeias após ouvirem relatos de mais ataques e rumores sobre mortes. Jesuratnam afirmou não ter informações quanto ao número de mortes recentes.
Autoridades policiais não revelam disposição ou não conseguem oferecer segurança às diferentes aldeias, disse John Dayal, secretário-geral do Conselho Cristão de Toda a Índia. Ele acrescentou que Kandhamal é uma área bastante arborizada e difícil de manter sob controle.
O pessoal das Forças da Central de Reservistas da Polícia (CRPF), chamado de Nova Delhi para restabelecer a ordem e manter a segurança na região, ainda patrulha a zona, disse Dayal. Ele estima que 6.000 elementos do CRPF estão atualmente estacionados em Orissa, mas também disse que as pessoas ainda se sentem ameaçadas.
"O Natal foi pacífico só porque ocorreu sob as armas do CRPF", disse Dayal.
Dayal disse que extremistas hindus também têm forçado os cristãos a abandonarem a sua fé, estimando que o número de conversões forçadas atinge entre 100 a 200.
Antes dos atentados, entre 6.000 e 7.000 adventistas do sétimo dia viviam no distrito de Kandhamal, na província de Orissa,região oriental da Índia, constituindo dois a três por cento da população cristã, Jesuratnam disse.
Jesuratnam acredita que todos os adventistas migraram para outras cidades em Orissa e outras partes da Índia em busca de segurança, incluindo os que não perderam suas casas.
Fonte: Rede Adventista de Notícias - Portugal
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