segunda-feira, 18 de maio de 2009

Sepultamento da menina Maisla é marcado por revolta e comoção

A igreja local, em peso, juntamente com os Desbravadores estiveram lá para darem seu apoio e sua última homenagem. A liderança administrativa da Missão Nordeste, na pessoa do Pr. Elias (Ministerial); a liderança de jovens, na pessoa do Pr. Jairo (que cantou tocantes hinos com sua bela voz) e do seu associado, o Erinaldo; e diversos pastores distritais, também lá estiveram com suas esposas para se solidarizarem com a família enlutada.

Também foi muito importante a presença e o apoio constante e dinâmico do Pr. Fernando Silvano, distrital de Igapó e meu colega de Seminário, que não mediu esforços para que os pais enlutados ficassem despreocupados quanto aos trâmites burocráticos e dolorosos de liberação do corpo, contato com funerária, translado até o local de sepultamento, etc.

Faço questão de registrar esta menção porque ficou evidente para todas as centenas de pessoas (amigos, familiares, vizinhos e curiosos) que lá estiveram, que a FAMÍLIA ADVENTISTA é forte e não abandona seus queridos em horas tão negras e sofridas quanto esta. Temos, como povo, nossas falhas... mas atire a primeira pedra aqueles que não as tem!

O clima de comoção geral, que tomou conta da cidade com a morte trágida da Maisla, ficou evidente entre aqueles que estiveram presentes ao funeral, no Ginásio Esportivo da comunidade onde ela morava. Até pessoas experientes e "técnicas", como repórteres e jornalistas, estavam em lágrimas ao verem o sofrimento da mãe e do pai da menina.

É claro que os próximos dias serão os mais difíceis, quando o vazio deixado pela jovem, em casa, na igreja, na escola, na comunidade, será sentido com mais intensidade. O sentimento de perda, de separação, que eventos como estes nos causam é inexplicável. Somente quem já passou por algo parecido é que pode entender o que os mais próximos de Maisla passam agora. A todos os que não os conhecem, cabe, generosamente, apresentarem ao Senhor suas orações e súplicas por conforto, consolo e avivamento da esperança.

Ao retornar para casa, não pude deixar de perceber a "normalidade" com que a vida continua para as outras pessoas. Nas ruas, nos comércios, nos bancos, etc., tudo continua como sempre. Nem parece que uma pequena e frágil vida foi ARRANCADA brutalmente do convívio social de outros seres humanos. Isso me levou a ver o quanto nós estamos "acostumados" com a morte, com o sofrimento. Com exceção dos familiares e amigos mais chegados, foi apenas MAIS UM que morreu, MAIS UM que se foi.

Assim é este mundo... Assim é esta vida...

Oh, quanto almejamos que nosso Senhor retorne logo e ponha um fim a tudo isto que hoje nos cerca! Quanto desejamos que as promessas do capítulo 21 de Apocalipse se tornem uma realidade presente, atual... o quanto antes!

Enquanto isso não acontece, quão importante é que a Igreja, esta "arca de salvação moderna", se torne mais do que um "clube social", onde pessoas se encontrem eventualmente para repetirem seus rituais frios e sem vida! Cada vez mais, à medida que os tempos se findem, necessitamos de uma experiência congregacional semelhante àquela lá do Início, da Igreja Primitiva (cf. Atos 2 e 4).

Quando o sofrimento bater à nossa porta, será muito bom saber que existem "amigos mais chegados que irmãos", com quem compartilharemos a Eternidade, e que emprestarão seu ombro para nossa dor.

Onde você estiver, seja mais que um "irmão"... seja um "amigo".
É disso que todos necessitamos hoje!

"E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras" (Apoc. 21:4-5).

Fonte: Gilson Medeiros (www.prgilsonmedeiros.blogspot.com)