Por dois votos a um, o Tribunal de Justiça negou o recurso dos advogados de Oscar Gonçalves do Rosário, de 23 anos, julgado no ano passado pela morte e agressão sexual da menina Gabrielli Cristina Eichholz, em Joinville. Condenado a 20 anos de prisão, Rosário pediu ao Tribunal a anulação do julgamento. Nesta terça-feira a desembargadora Salete Silva Sommariva anunciou a terceira e última decisão para o recurso, adiada sete vezes.
O voto dela foi a favor de novo julgamento. Os votos de dois outros desembargadores, anunciados antes, foram contrários. Com um voto favorável, Oscar pode recorrer novamente ao Tribunal de Justiça. Se a decisão tivesse sido unânime, ele poderia recorrer apenas ao Superior Tribunal Federal, em Brasília.
O pedreiro Oscar do Rosário foi condenado por matar a menina Gabrielli, de pouco mais de um ano, no interior de uma igreja adventista em março de 2007. Após violentar a menina, ele a sufocou e a atirou dentro de uma pia batismal. Ele cumpre a pena no Presídio Regional de Joinville.
DETALHES DO CRIME
* A menina Gabrielli Cristina Eichholz, de 1 ano e 7 meses, morreu em 3 de março de 2007, horas depois de ser encontrada agonizando dentro da pia batismal de um templo da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Joinville (SC), durante o culto do sábado. Ela foi levada para o hospital regional, onde morreu. O laudo do IML constatou estrangulamento, um corte na cabeça e violência sexual. Segundo a versão inicial da polícia, um homem de cerca de 30 anos teria violentado a menina.
* Os pais Juliarde Eichholz e Andréia Pereira não conseguem, até hoje, entender a brutalidade que causou a morte da filha. Ela foi levada à igreja por um casal que morava com a família.
* A menina foi encontrada desacordada, às 10h30 de sábado, por participantes do culto de reinauguração da igreja, situada no bairro Iririú, em Joinville. A criança foi socorrida, mas chegou morta no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt. No mesmo dia, um homem que teria sido visto junto com ela foi preso. Depois de prestar depoimento, foi liberado pelo delegado de plantão, Rubens Passos de Freitas, por falta de provas.
* A Polícia Militar localizou no pátio de uma casa situada perto do templo onde ocorreu o crime vestimentas masculinas molhadas. Segundo o delegado, esse indício não tinha relação com o crime. “O estranho é que nenhuma das pessoas que estava no culto viu o que aconteceu, nem mesmo presenciou a menina sendo colocada na pia batismal, que fica junto ao altar”, comentou o delegado.
* O presidente da Associação Catarinense da Igreja Adventista do Sétima Dia, pastor Lourival Gomes de Souza, afirmou na época estar chocado com a tragédia ocorrida na filial da igreja em Joinville. Em Santa Catarina, são 333 igrejas - 30 delas em Joinville, totalizando 27 mil fiéis. “Nunca houve crime dentro da nossa igreja, ainda mais tão trágico como esse”, reforçou. Em toda América do Sul, existem 19 mil casas da Igreja Adventista e mais de 2,5 milhões de fiéis.
* Segundo o pastor Paulo Machado, que comandava o culto quando Gabrielli foi assassinada, três monitoras da Igreja estavam responsáveis pelas crianças.
* A polícia de Santa Catarina informou no dia 12 de março - isto é, nove dias após o crime -, ter esclarecido o assassinato, quando o pedreiro Oscar Gonçalves Rosário, de 22 anos, confessou a autoria do crime. Ele foi preso, um dia antes, em Canoinhas, no Planalto Norte do Estado, por policiais civis de Joinville, admitindo que estuprou, estrangulou e depois jogou Gabrielli na pia batismal da igreja lotada de fiéis.
* Durante o processo, a defesa sustentou que o acusado foi torturado para confessar. (Da redação do Espaço Vital ).